sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
O infanticídio como forma de sustentabilidade
Tikopia é uma mini-ilha tropical isolada do Sudoeste do Oceano Pacífico, com uma superfície de 16 Km2 e uma população de 1.200 pessoas. É habitada há cerca de três mil anos, tendo vivido os seus habitantes séculos num total isolamento.
A população da ilha manteve-se mais ou menos constante ao longo de séculos por se ter apercebido de que não tinha meios para suportar mais população, inclusive por se situar numa região devastada periodicamente por furacões que obrigam a gestão rigorosa dos recursos da ilha nessas épocas. Os habitantes utilizaram todo o tipo de limitação de nascimentos, desde o coitus interruptus ao aborto, infanticídio, casamento tardio ou permanência no celibato embora tendo relações sexuais com prevenção de gravidez. Esses métodos de controlo demográfico regrediram sob a influência europeia no século XX, substituídos, actualmente, pelos métodos modernos de planeamento familiar.
Retirado de: http://asemana.sapo.cv/spip.php?article33635
Quando é admissível a cultura de um povo sobrepor-se à vida de uma criança?
Resposta: Nós achamos que a vida de uma criança não deveria estar em jogo pelas culturas de um povo, mas também se eles tivessem uma população muito grande, o povo deles não ia conseguir suportar as necessidades de cada um dos habitantes da ilha.
A sustentabilidade de um povo deve sobrepor-se à vida de uma criança?
Resposta: Deve e não deve. Se pensarmos de certa forma, tirarem a vida a uma criança é um pouco egoísta, mas se os habitantes da ilha deixassem constantemente as mulheres fazerem o parto, isso iria pôr a vida de todos em risco.
O infanticídio pode ser aceite como uma forma de sustentabilidade?
Resposta: Pode, porque se a prática do infanticídio não existisse, os habitantes não conseguiriam satisfazer as necessidades de cada um.
O imperativo da sobrevivência pode impor-se à sobrevivência de uma criança?
Resposta: Pode, mas não deve porque tirar a vida de uma criança é ser egoísta, e só pensar nele.
Estes povos poderiam mudar-se para outro local, poderiam melhorar o seu ambiente, poderiam utilizar meios contraceptivos, o governo deveria estabelecer politicas anti-natalistas e em vez do infanticídio escolher abortar durante a gravidez.
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Gostei muito da vossa reflexão. De facto nenhum de nós concordará com o infanticídio como forma de sustentabilidade, mas a verdade é que nenhum de nós já se colocou numa situação de ter de optar entre a sustentabilidade de um povo inteiro, ou de uma criança.
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